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A arma do tapete vermelho: coleção alta costura primavera/verão da Armani Privé

A arma do tapete vermelho: coleção alta costura primavera/verão da Armani Privé

Armani Privé: Com os convidados a postos nas cadeiras antes do desfile da Armani Privé, uma pequena comoção agitou o meio da primeira fileira: Jessica Chastain, a celebridade convidada de Giorgio Armani, tinha acabado de saber de sua indicação ao Oscar pelo papel de Celia Foote em "Histórias Cruzadas".

O momento reflete bem a realidade da alta costura. Com a maioria das vendas sendo realizada em lugares como Oriente Médio, Ásia e Rússia, a maior visibilidade de uma grife no Ocidente é mesmo no tapete vermelho. A bela Jessica será uma arma valiosa para o estilista de sua preferência. É claro que a Armani está tão esperançosa quanto ela, que quer ganhar o Oscar, assim como a casa quer conquistá-la.

Quem sabe? Talvez a principal cor da coleção _ verde-limão _ tenha sido escolhida em homenagem a ela, para jogar com a máxima que diz que as ruivas ficam fabulosas de verde... se foi, então Armani ficou bem quietinho nos bastidores. Aliás, ele disse que a coleção, chamada Metamorfose, é para "a mulher que, à primeira vista parece calma e tranquila para depois perder o controle". Se esse processo de transformação foi difícil de entender na teoria, pelo menos na prática fica mais fácil, graças ao sem-fim de redes, estampas e jacquards.

Apesar de alguns momentos estranhos (calças brilhantes e engomadas, saias de organza com drapeado lateral), a coleção para o dia exibiu proporções enxutas, valorizando o corpo, com várias versões de sua jaqueta favorita (de corte seco com peplum e ombreiras) _ embora todo mundo saiba que ele adora mesmo criar coleções de noite, para a qual fez verdadeiras obras de arte, incluindo um vestido sereia assimétrico com miçangas e dois vestidos de baile de seda cinza muito interessantes, embora um tanto deprimentes. O grande destaque ficou por conta de um vestido vibrante de lantejoulas com saia rodada. Jessica ficaria divina nele.

Valentino: Ah, viva a vida simples! Mas como conciliá-la com a extravagância da alta costura?

Maria Grazia Chiuri e Pierpaolo Piccioli conseguiram essa façanha com uma pitada de Maria Antonieta em suas criações, exibidas no Petit Trianon _ e o resultado foi uma coleção tão graciosa e gentil na superfície que até escondeu a arrogância inerente da grife.

Os estilistas abriram com vestidos estampados, incluindo uma versão de trevos da sorte, todos com cinturas naturais, algumas com laços, outros com corpetes tomara-que-caia ou de manga comprida. Para o dia, brancos impecáveis: vestidos, tailleurs, uma capa austera, cuja decoração foi feita com técnicas discretas como bordado tom sobre tom, passamanaria e fileiras de espirais trabalhadas. A influência da infeliz rainha se fez notar quando Chiuri e Piccioli exibiram um vestido ricamente bordado e uma série de blusas de colarinho alto combinadas com calças compridas.

Tudo parecia um sonho, a imagem da inocência _ apesar disso, a dupla mostrou coragem ao ignorar as convenções básicas do tapete vermelho _ muitas curvas, sensualidade, brilhos _ em favor de uma discrição adorável que chegava às raias da inibição. Isso é que é saber se destacar.

UNDATED -- BC-FAIRCHILD-COUTURE-ARMANI-VALENTINO-GIVENCHY-SAAB-ART-NYTSF -- Valentino Spring 2012 HC..(CREDIT: WWD)

UNDATED -- BC-FAIRCHILD-COUTURE-ARMANI-VALENTINO-GIVENCHY-SAAB-ART-NYTSF -- Elie Saab Spring 2012 HC..(CREDIT: WWD)



Givenchy: Riccardo Tisci colocou muitas de suas paixões nos dez vestidos de alta costura que exibiu: o filme "Metrópolis", de 1927, de Fritz Lang, seu filme favorito desde criança; "Aelita", uma obscura ficção científica russa da mesma época, que influenciou o movimento tecno alemão; a audácia de fazer experimentos com novas técnicas.

O resultado foi espetacular, perpetuando o romantismo sombrio que Tisci desenvolve na Givenchy há sete anos. Ele também acrescentou elementos novos, incluindo linhas mais soltas, cortes enviesados, uma cascata de cristais e até uma calça preta esvoaçante. "É uma coleção muito cheia de brilho, o que, de certa forma, tem tudo a ver com a alta costura", o estilista disse.

Tisci deu a entender que algumas atrizes já estavam namorando certos looks para a festa do Oscar deste ano: como os três vestidos brancos deslumbrantes com corpetes simples, de camiseta e micro lantejoulas aplicadas às saias longas, enviesadas, para não estragar o plissado. Uma das versões mais impressionantes _ reproduzindo o enredo proletariado-contra-elite do filme "Metrópolis" _ combinou um corpete de caxemira e algodão com uma saia longa e sinuosa presa a um dos ombros por uma corrente pesada, que cintilava com uma chuva de cristais.

A arte dedicada ao look de crocodilo foi impressionante: 350 horas para retirar a pele, clareá-la, tingi-la e remontá-la sobre tule para criar um vestido inesquecível _ e a dedicação valeu a pena, pois lhe acrescentou uma sofisticação art déco indescritível.

Tisci tirou a coleção de alta costura da Givenchy das passarelas há quatro anos, e hoje faz do retrato em grupo de Willy Vanderperre o auge de suas apresentações. Nesta temporada, as modelos, cujas idades variam de 18 (Kati Nescher) a 48 anos (Kristen McMenamy), ficaram em fila no ginásio mais antigo de Paris, sob uma cesta de basquete, verdadeiro símbolo da alta costura moderna.

Elie Saab: A descrição "estilista de tapete vermelho" se aplica a Elie Saab tão bem quanto os escândalos a Charlie Sheen. E o estilista libanês não brincou em serviço no desfile de alta costura: seu primeiro look já anunciava que o foco principal seriam as transparências e bordados florais brilhantes (graças às lantejoulas e cristais), como o orvalho que cobre as folhagens. Como diz a musiquinha "Little Boxes", "tem um verdinho e um rosinha, um azulzinho e um amarelinho também" _ assim foi o desfile, cujas cores estavam mais para casamento e festa de debutantes do que para noite do Oscar.

Todos os adocicados tons pastel deram à coleção um espírito jovem e muito feminino. Os vestidos curtos, rodados, levemente inspirados no estilo dos anos 50, foram a novidade de Saab, e com certeza devem agradar às estrelas mais jovens de Hollywood. Alguns tinham rosas bordadas tão grandes que até cobriam o ombro.

Porém, os vestidos são a especialidade de Saab e, além do estilo sinuoso de ampulheta, havia silhuetas mais definidas, em forma de X, com a cintura marcada por cintos de couro finos. Além dos florais, algumas peças exibiram bordados com motivos gráficos que lembravam fogos de artifício. Embora surgissem decotes nas costas e fendas que aumentaram o sex appeal de alguns looks, o estilo que prevaleceu foi aquele voltado para a cliente, que realça qualquer silhueta.

The New York Times News Service/Syndicate – Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times._NYT_


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